Final Fight foi planejado originalmente como sequência para Street Fighter – chamaria Street Fighter ’89, em alusão ao ano de lançamento. Durante o desenvolvimento, a Capcom decidiu transformar o beat-‘em-up em sua própria franquia, algo que acabou acontecendo também com Devil May Cry.
Final Fight continua sendo uma das referências no gênero. O combate, ao mesmo tempo elegante e visceral, permite diversas abordagens e incentiva o jogador a aprimorar suas habilidades a cada sessão.
Venha com a gente acompanhar a trajetória de Cody, Guy e Haggar, o prefeito mão-na-massa de Metro City, arrebentando gangues mundo afora.
Final Fight (1989)
Final Fight não foi o primeiro beat-‘em-up, mas certamente foi o mais revolucionário. O combate requer estratégia e timing, ao contrário de jogos anteriores em que a dinâmica era uma coisa mais de trocar porradas e torcer pro inimigo cair.
Cody, Haggar e Guy atravessam seis áreas de Metro City em busca de Jessica, namorada do primeiro e filha do segundo, sequestrada pela terrível gangue Mad Gear. Cada personagem tem características únicas: Haggar, ex-wrestler e atual prefeito da cidade – que combinação! –, utiliza técnicas de luta-livre. Guy é um ágil mestre ninja, e Cody tem estatísticas balanceadas.
Final Fight foi relançado inúmeras vezes, a mais conhecida delas no Super Nintendo. A versão SNES foi uma enorme decepção, removendo Guy, a opção de dois jogadores e ainda uma das fases do Arcade.
Outras versões conseguiram contornar o desastre e incluir o jogo completo, como Final Fight CD (Sega CD, com trilha remixada) e Final Fight One (Game Boy Advance).
Final Fight 2 (1993)
Haggar retorna e traz com ele Maki e Carlos, que repetem mais ou menos os papéis de Guy e Cody. O trio parte em uma missão global de pancadaria por Hong Kong, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Japão.
Uma das críticas à versão SNES de Final Fight é que o desafio não havia sido adaptado para o console. Os valores de dano, principalmente, não eram nada favoráveis ao jogador, que podia perder mais da metade de sua vida com apenas um golpe. A sequência, lançada somente para o sistema da Nintendo, corrigiu o problema. Também é bem-vindo o modo para dois jogadores simultâneos.
Final Fight 2, no entanto, teve suas próprias grandes falhas. O sistema de combate é exatamente o mesmo, sem qualquer inovação, e na necessidade de responder à falta de conteúdo do relançamento anterior, as fases aqui ficaram longas e repetitivas.
É uma boa continuação, mas não chega a rivalizar com o clássico do Arcade.
Mighty Final Fight (1993)
Um esforço menor, mas sem sacrificar a qualidade? Sim, é possível! Única edição da série no Nintendinho, Mighty Final Fight redesenha o jogo original em estilo SD – ou Super Deformed, com personagens chibi.
Mighty apresenta um sistema de experiência típico de RPGs: quanto mais pontos acumulados, maior a barra de energia e o dano dos golpes.
Mighty Final Fight é o seu próprio produto, mas pode ser considerado um ‘demake’ também, e muito bem feito. Os três heróis originais são jogáveis aqui, e a releitura de Metro City em 8-bit é adorável.
Uma pena o jogo não permitir dois jogadores. Seria mais divertido ainda.
Final Fight 3 (1995)
Agora sim, um sucessor de respeito! Final Fight 3 fez tudo que se esperava do segundo jogo, e mais.
A mecânica finalmente evoluiu, introduzindo golpes por comando à la Street Fighter, habilidade de corrida e dois estreantes com gameplay inédito: Lucia, detetive de polícia de Metro City, e Dean, um vândalo em busca de redenção. Haggar e Guy completam o grupo.
As fases são igualmente envolventes, com caminhos alternativos e partes do cenários que podem ser destruídas.
Há até a opção de jogar em dupla com o computador.
Final Fight Revenge (1999)
Se Street Fighter e Final Fight são franquias irmãs, nada mais natural que enviar a galera de Metro City para um rolê pelas lutas um contra um.
Final Fight Revenge foi desenvolvido para Arcades e teve relançamento limitadíssimo no Sega Saturn, sendo até hoje um item raro de colecionador.
Os personagens são todos veteranos do primeiro jogo – incluindo os três heróis – e trazem daquele universo a habilidade de pegar armas no chão, como facas, canos e lança-chamas. Fora isso, a mecânica é similar à de Street Fighter, ainda com a opção de dar um passo para frente ou para trás no plano 3D.
Agora só falta um beat-‘em-up estrelando Ryu, Ken e a turma toda! Cadê, Capcom?
Final Fight Streetwise (2006)
Infelizmente, a despedida de Final Fight não foi das melhores. Streetwise tentou ‘modernizar’ a série – e o gênero – com apresentação claramente inspirada em Grand Theft Auto, diálogos forçados, zumbis (hein?) e uma adaptação malemá do combate para o 3D.
A própria Capcom conseguiu modernizar o gênero naquele ano com God Hand, que ainda chega perto do topo do gênero Stylish Action.
Os beat-‘em-ups da série não apareceram mais, mas ao menos os personagens de Final Fight sempre conseguem arrumar uma participação em Street Fighter. Confira nosso artigo sobre o legado de Street Fighter 3, cujo elenco tem Andore – ou Hugo –, o icônico brutamontes da gangue Mad Gear.
E você, tem um Final Fight favorito? Eu ainda tô na dúvida entre o original do Arcade ou Final Fight 3.
Até mais!