A caixinha roxa da Nintendo teve uma participação mais tímida que de costume em sua geração, fazendo bem menos barulho que o PlayStation 2, grande vencedor daquela era. Ainda assim, o GameCube teve dezenas de jogos excelentes que valorizam o legado do console mesmo já duas décadas mais tarde.
Nossos critérios nesta lista são, primeiramente, a qualidade do jogo mesmo se observada nos dias de hoje, e depois o impacto do mesmo na indústria e suas sequências.
Jogos de GameCube
O GameCube foi uma aposta elegante da Nintendo, que preteriu DVDs com capacidade maior de armazenamento em favor dos simpáticos mini-discos, e convenceu propriedades gigantes como Resident Evil a trazer seus maiores lançamentos exclusivamente para o Cubo.
Sem contar que a Nintendo demonstrou, na era GameCube, total confiança no talento dos designers em produções de alto risco como Metroid Prime e Luigi’s Mansion.
Vamos ranquear!
9. Luigi’s Mansion
O estreante deste Top 9 foi também o estreante do GameCube!
Principal atração no dia de lançamento do console, Luigi’s Mansion é uma aventura diferente do que estamos acostumados a ver na franquia Mario. Pra começo de papo, Mario nem é o protagonista da vez.
Luigi, armado com um aspirador de pó (?), parte em busca do irmão raptado em uma mansão mal assombrada. O gameplay é claramente inspirado no filme Ghostbusters: Poltergust 3000, o aspirador de pó, tem o poder de sugar os (cerca de cem) fantasmas espalhados pela casa.
A mecânica é bem divertida, e como mencionamos em Top 9 Clones de Resident Evil, Luigi’s Mansion empresta algumas ideias da série de zumbis da Capcom como a atmosfera opressiva e a busca por chaves no labirinto da mansão; tudo com o humor característico da Nintendo e, em particular, de Luigi, que morre de medo de absolutamente qualquer coisa.
Luigi’s Mansion pode não ser o jogo tradicional de plataforma que muitos esperavam, mas conquistou o coração dos fãs com seu charme e gameplay balanceado.
8. The Legend of Zelda: The Wind Waker
A sensação de liberdade ao navegar pelo vasto oceano em Wind Waker é apenas um exemplo entre as inúmeras e empolgantes novidades que esta bela sequência da série Zelda trouxe ao público.
Situado em um reino coberto por água, Wind Waker inova ao transformar um ato mundano – o simples deslocamento entre dois pontos – em parte central da experiência, convidando o jogador a imaginar constantemente o que o aguarda na próxima ilha, ainda pequenina no horizonte.
Enquanto isso, piratas, redemoinhos, criaturas fantásticas e até o vento tentam atrapalhar a inesquecível jornada de Link.
Pecando somente na chatice de juntar os pedaços da Triforce no último ato, Wind Waker nos transporta a um mundo rico e fascinante, com direção de arte única, turbinada com a técnica cel shading, além de locais cheios de imaginação e a qualidade mecânica que sempre fez de Zelda uma referência na história dos games.
7. Metroid Prime 2: Echoes
A continuação da obra-prima Metroid Prime é mais sombria, mais difícil e complexa, mas nem por isso menos admirável.
Samus é chamada para uma missão inusitada: restaurar um planeta que se dividiu em duas dimensões. Aether, antes habitado por pacíficas e sábias criaturas, foi tomado pelos temidos Ing através de uma realidade paralela que ameaça invadir o lado ‘de luz’ do planeta.
A grande influência criativa em Echoes veio da série Zelda; mais precisamente, A Link to the Past. A possibilidade de pular de uma realidade para outra já havia feito sucesso no Super Nintendo, e embora aqui tropece no ritmo um pouco – muitas viagens pelo lado escuro de Aether são cansativas e sem uma recompensa que as justifique –, o conceito ajuda a conferir maior identidade à sequência de Prime 1.
6. Super Mario Sunshine
Procurando um jogo que vai bem no verão? Sunshine é uma escolha perfeita.
Com lindas paisagens ensolaradas, trilha sonora aconchegante – inclusive com um toque de bossa nova – e efeitos de água e mar ainda tecnicamente impressionantes, Super Mario Sunshine continua se destacando como uma das aventuras mais tematicamente originais da série, algo que New Super Mario Bros., por exemplo, não conseguiu em quatro jogos (e meio).
Uma pena que Sunshine não ofereça a liberdade que tínhamos em seu antecessor, acorrentando Mario às mesmas 49 Shines toda vez ao invés de permitir montar a rota que quisermos.
Foi essencialmente o que deixou a viagem tropical do Bigode de fora do nosso Top Jogos de Mario.
5. Viewtiful Joe
Um dos membros do famoso (e finado) Capcom Five no GameCube, Viewtiful Joe foi desenvolvido pelo Clover Studio e liderado pelo pai do Stylish Action, Hideki Kamiya.
Viewtiful Joe conta uma divertida história repleta de referências cinematográficas, misturando beat-‘em-up e um sistema moderno de combate que permite que o jogador desacelere ou acelere a ação com apenas um botão.
Nós falamos sobre Viewtiful Joe também nos jogos de super-heróis retrô e nos jogos Stylish Action. Confira!
4. Super Smash Bros. Melee
Como deixar de fora da lista um dos jogos de luta mais queridos do novo milênio?
Melee chegou em 2001 sem antecipar o tamanho do ‘problema’ que tinha acabado de criar. A popularidade do jogo, cujo objetivo original era meramente homenagear franquias da Nintendo em um ambiente de luta casual, foi um negócio avassalador.
Desde então, qualquer coisa relacionada a Smash virou obsessão para os fãs da Nintendo, em um raro caso de uma IP que ultrapassou muitas de suas referências em vendas e influência.
Além disso, nasceu também uma comunidade hardcore que promove torneios importantes até hoje.
Quase nem tocamos no jogo em si, né? Melee aprimorou praticamente todos os aspectos do primeiro Smash no Nintendo 64, do elenco robusto ao ritmo de luta, agora mais veloz e refinado, ainda com a apresentação visual e de som que se tornou icônica na série. “Game!”
3. Resident Evil 4
O magnum opus de Shinji Mikami ficou só alguns meses exclusivamente no GameCube, mas foi o bastante para concretizar Resi 4 já como um dos clássicos de sua geração.
Apesar de não ter vendido tantas cópias quanto a Capcom gostaria na versão original para GameCube, Resident Evil 4 elevou o patamar de qualidade para toda a indústria logo de cara, inspirando a criação de franquias como Dead Space e mudando o foco do gênero terror, que passou a dar maior ênfase à mecânica de combate.
2. Resident Evil (2002)
O remake (ou REmake) de Resident Evil conseguiu a proeza de aperfeiçoar as já impactantes forças do original, sem deixar de acrescentar novos conceitos à fórmula survival horror da Capcom.
A mansão e as criaturas são mais assustadoras, a história se leva um pouquinho mais a sério que o Sanduíche de Jill anos atrás, e o gameplay pode ser considerado o ápice do gênero, ao menos na era antiga do terror de sobrevivência.
E ainda sendo um jogo de GameCube, que exigia um esforço extra contra a fama de sistema de família que marcou a Nintendo por décadas, REmake surpreendeu fãs e crítica duplamente.
É, como mencionamos algumas vezes em outras listas como Top jogos de Resident Evil, o template ideal do survival horror.
1. Metroid Prime
Metroid Prime tinha tudo pra dar errado: era uma transição de perspectiva de terceira pessoa para primeira pessoa que, francamente, ninguém havia pedido, desenvolvida por um estúdio ainda longe de ser consolidado na indústria.
Mas com muita competência e a dose certa de ambição – o controle da Morph Ball e o mini-mapa foram especialmente inovadores –, Metroid Prime se tornou uma espécie de lar alternativo para Samus Aran e sua interminável caça aos Space Pirates, dando origem a algumas sequências diretas (três, se a Nintendo resolver lançar Prime 4 um dia!) e spin-offs.
Descrito pela própria Big N como ‘aventura em primeira pessoa’, Metroid Prime realmente não anda de mãos dadas com experiências viscerais de tiro como Doom e Quake, passando mais a impressão de ser o mesmo Metroid de sempre, só que a partir do visor da protagonista.
E por falar em visor, os elementos do HUD trabalham alinhadíssimos aos upgrades de Samus e ao ambiente em volta para mergulhar o jogador da melhor forma possível no universo extraordinário de Metroid.
Das gotas de chuva quando olhamos para cima aos corpos imersos no visor termal, Metroid Prime certifica-se o tempo todo de que estamos não só enxergando o que Samus enxerga, como também vivendo o que a heroína vive.
Faltou algum jogo do Cubo na lista? Concorda, discorda do nosso ranking? Mande sua opinião pra gente nos comentários!
Se quiser mais Nintendo no Gameverso, veja o nosso artigo nostálgico sobre o mini clássico Super Mario Land 2, e a comparação de gigantes entre Super Mario Bros. 3 e Super Mario World. Quem leva a melhor?
Até mais!