Durante todo o mês de abril, vamos alimentar ainda mais a ansiedade por Resident Evil Village com uma série especial sobre a franquia de terror mais querida do mundo dos games.
Serão vários artigos distribuídos entre (quase) todas as seções do site. Começando, é claro, pelo ranking de melhores jogos! Será que o seu favorito entrou na lista?
Vamos lá!
Melhores jogos de Resident Evil
Resident Evil mudou algumas vezes a sua filosofia de design, do terror metódico à ação desenfreada, mas a despeito dessa inconsistência temática, a maioria dos jogos foi executada de forma sólida, e há exemplos admiráveis em cada uma dessas ideologias.
9. Resident Evil 7: Biohazard (2017)
Resident Evil 7 foi o primeiro jogo da série a se aventurar no gênero ‘família de cidadezinha do interior que esconde segredos perturbadores’. A influência maior certamente foi O Massacre da Serra Elétrica, ainda com uma pitada de terror estilo found footage.
Situada após os eventos Michael-Bay-ísticos de Resident Evil 6, a história aqui dá um tempo na megalomania e traz uma simples casa como cenário principal – e o silêncio como cúmplice.
O protagonista é Ethan, que recebeu uma mensagem de sua namorada desaparecida há três anos. James Sunderland, é você?
A perspectiva em primeira pessoa dividiu opiniões. Já o design resgatou com qualidade a estrutura e o ritmo metódico de exploração dos jogos clássicos da série.
O pesadelo de Ethan continua em Resident Evil Village!
8. Resident Evil: Revelations 2 (2015)
A sequência de Revelations consertou a maioria dos problemas do original, especialmente a insistência em missões secundárias que pouco acrescentavam à estratégia geral do jogo.
Revelations 2 também divide sua história em duas metades distintas, mas o faz de maneira orgânica, dando a mesma importância a ambas.
Claire Redfield e a novata Moira tentam escapar de uma ilha na qual foram aprisionadas, enquanto Barry, o próprio Barba Burton, investiga os passos das moças algum tempo depois, auxiliado pela pequena Natalia.
As duas histórias se encontram diversas vezes durante o jogo, surpreendendo com um arco dramático sólido e ótima caracterização dos personagens – embora Revelations 2 se renda a clichês como a filha magoada que chama o pai pelo nome.
O jogo ainda inova com o sistema de parceiros: Claire e Barry encaram os monstros da ilha com armas de fogo, enquanto as parceiras Moira e Natalia usam um pé de cabra e tijolos, respectivamente, e identificam itens escondidos pelo mapa.
E o sistema de parceiros é bem conduzido mesmo em jogos solo, ao contrário de…
7. Resident Evil 5 (2009)
Chris Redfield e sua nova parceira de trabalho Sheva Alomar combatem a ameaça do bioterrorismo na África. A premissa é essa, mas claro, se tratando de Resident Evil, há muitas e muitas reviravoltas pelo caminho.
Resident Evil 5 foi um dos lançamentos mais aguardados da época após o sucesso gigantesco de seu antecessor.
A grande novidade aqui é a opção para dois jogadores simultâneos. Seja online ou no mesmo sofá, o terror em Resident Evil 5 vem sempre em dobro. E quando digo sempre, é sempre mesmo.
A decisão de forçar um segundo personagem o tempo todo compromete bastante a campanha solo – algo que comentamos em nossa retrospectiva da série Dead Space.
Ser babá de inteligência artificial já não é um conceito dos mais cativantes, e Resident Evil 5 exagera na dose. Todos os recursos precisam ser divididos ‘irmanamente’ entre Chris e Sheva, e não há garantia de que o computador não vai desperdiçar sua munição ou correr em direção a uma serra elétrica.
Dito isso, a experiência co-op em Resi 5 é das mais gratificantes do gênero, e não poderíamos ignorá-la. Descobrir a história e o gameplay com um amigo estão entre as minhas memórias favoritas dos videogames.
Resident Evil 5 também se destaca até hoje como um dos jogos mais bonitos da franquia, com gráficos detalhadíssimos e efeitos de luz e sombra que fizeram jus ao batismo da série na era HD.
6. Resident Evil: Director’s Cut (1997)
Estamos em 2021 – já? – e poucos jogos de terror de sobrevivência conseguiram se equiparar ao Resi original em intensidade.
A atração aqui é o desafio. Quando os entusiastas do survival horror cantam maravilhas sobre o gênero, é de jogos como Resident Evil: Director’s Cut que estão falando. Os recursos são realmente escassos, os inimigos são incansáveis – Hunters $@#%! –, e o jogador ainda precisa solucionar um labirinto no meio de todo esse tormento. É sensacional.
Resident Evil é prova de que mesmo um game ultrapassado por suas sequências na maioria dos aspectos ainda pode ter atrativos e qualidade para se sustentar.
E convenhamos, mesmo se o jogo não fosse tecnicamente excelente, os diálogos de Barry e cia. já seriam charme suficiente pra carregar a aventura sozinhos. Sanduíche de Jill!
5. Resident Evil 3: Nemesis (1999)
O terceiro jogo veio rápido, no embalo do anterior. Resident Evil 3 continua a história de Jill Valentine depois dos eventos na Mansão Spencer. Presa no meio da epidemia em Raccoon City, Jill planeja a sua fuga da cidade com algumas ajudas inesperadas.
Resident Evil 3 tem Nemesis no título por um bom motivo. O monstro persegue a heroína pela aventura inteira, oferecendo dois estilos de jogo diferentes: lutar ou correr. Nemesis é veloz e resiliente, o que faz a gente nem querer chegar perto do bicho, mas as recompensas para derrubá-lo são úteis pelo resto do jogo.
É um dilema bacana com consequências reais.
E por falar em decisões, Resi 3 introduz também as Live Selections, que pausam determinadas cenas e pedem ao jogador que escolha o resultado. Tipo um Você Decide ainda mais assustador.
Finalmente, Resident Evil 3 é um jogo notavelmente mais acelerado que os anteriores. A nova habilidade de evasão de Jill, a possibilidade de fabricar sua própria munição e o layout linear da cidade deixam claro ao jogador que a direção que devemos seguir é para frente, seja desviando dos perigos ou enfrentando-os cara a cara.
4. Resident Evil 2 Remake (2019)
A maior surpresa recente da série foi este remake de Resident Evil 2, que desde o anúncio soava como uma tentativa de cutucar um vespeiro que tava ali quietinho na dele. O resultado, no entanto, foi excepcional.
Como apontamos em nossa Análise de Resident Evil 2 Remake, o jogo faz bem a ponte entre o survival horror rígido dos Resi antigos e o gameplay flexível das sequências modernas, transformando-se em um híbrido eficiente que funcionaria até como a nova fórmula de Resident Evil daqui em diante.
Vespeiro cutucado com sucesso!
3. Resident Evil 2 (1998)
O ‘acidente’ nas Montanhas Arklay deu origem a uma epidemia viral que infectou a cidade inteira de Raccoon City.
Leon Kennedy, em sua estreia no trabalho como policial, e Claire Redfield, irmã do herói do primeiro jogo, unem forças para sobreviver a esse imenso caos.
Resident Evil 2 expande o universo da série com uma trama maior e mais intricada, e com o inventivo sistema de cenários, que conta duas histórias separadas do ponto de vista de cada protagonista.
No final, os dois cenários se juntam para a resolução completa. As surpresas entre um cenário e outro são tantas que a gente ficaria até amanhã aqui descrevendo todas.
O ambiente da delegacia, adaptada em um museu desativado, é a cereja do bolo, e ilustra bem a atenção aos detalhes e a criatividade dos designers ao conceberem essa trágica realidade.
2. Resident Evil 4 (2005)
A mudança mais drástica entre dois jogos da série aconteceu em Resident Evil 4, que trouxe Leon de volta para uma missão de resgate na Europa.
Os fãs mais exigentes criticam a nova fórmula, quase totalmente focada na ação, e de fato há mérito na reprovação. O jogo abandona aquela aura opressiva de seus antecessores, e a filosofia de design troca as decisões abrangentes típicas do terror de sobrevivência por tática de combate e gameplay reativo.
Por outro lado, Resident Evil 4 faz o que faz absurdamente bem. O jogo é umas dez vezes maior e mais complexo que os survival horror antigos, o sistema de combate é viciante – Suplex! –, e o nível de rejogabilidade aqui é incontestável. Atirar na cabeça do zumb—desculpe, Ganado, aproximar-se dele e desferir um chute é um loop de gameplay que dificilmente perde o seu valor.
Jogos como Dead Space, The Last of Us e até Vanquish nasceram das inovações de Resident Evil 4, que ainda se dá ao luxo de ser relançado para plataformas como PS4 com cacife para competir com produções mais modernas.
Resident Evil 4 pode não ser um clássico na intenção do design inicial da série, mas é com certeza um clássico dos games em geral.
1. Resident Evil (2002)
O redesign de Resident Evil 1, carinhosamente apelidado REmake pela comunidade, conseguiu aprimorar todos os aspectos do jogo original, desde o belíssimo visual até a nova planta da mansão.
REmake ainda apresentou novidades inesperadas que subverteram a expectativa dos fãs, como os temidos Crimson Heads e os Defense Items.
Mais do que um remake de respeito, o nosso vencedor da lista é o template ideal do survival horror. O desafio é equilibrado, os sustos e a atmosfera são cuidadosamente conduzidos e o roteiro se leva um pouco mais a sério.
Além disso, o labirinto da mansão atinge o ponto certo entre a sensação constante de medo e o ritmo de desenvolvimento da aventura, conferindo ao jogador um poder de decisão importante sem sacrificar o terror ou a estratégia.
Os atalhos, a porta que quebra depois de alguns usos, a administração de querosene; o medo e o avanço da história estão conectados o tempo todo, e a gente adota os riscos do gameplay como se nossas vidas reais dependessem daquele maldito zumbi que não incineramos 20 minutos atrás.
Esse foi só o primeiro artigo do nosso Especial Resident Evil. Vem muito mais por aí! Enquanto isso, veja a retrospectiva de outra franquia especialista em sustos: Silent Hill.
Até mais!