Life Force é uma meia-continuação de Gradius, o clássico shooter espacial da Konami que ajudou a moldar o gênero como o conhecemos hoje.
Nesta edição de Nostalgia, vamos relembrar a versão mais popular de Salamander, lançada em 1987 para o Nintendinho.
Espera aí. Salamander?
Um passeio interior
O jogo foi batizado no Japão com o nome Salamander, mais tarde alterado para Life Force na adaptação pro nosso lado da lagoa.
Junto com o nome, a história do jogo também foi modificada, e certamente inspirada pelo filme Viagem Fantástica. A obra do cinema retrata a aventura de cientistas que são encolhidos e transportados para dentro de um corpo humano, a fim de remover um coágulo.
Em Life Force, o corpo é de um alienígena infectado por bactérias, e a navegante é a célebre Vic Viper.
O cenário nos conduz através de intestinos, costelas e outras partes do corpo, com detalhes impressionantes – até meio nojentos – para um título 8-bit.
Na transição para a temática orgânica, no entanto, algumas fases acabaram não fazendo total sentido, como os corredores de fogo e as estátuas egípcias. A não ser que o etê tenha engolido uma pirâmide inteira e isso fez um mal danado pro estômago. Vai saber, às vezes os aliens também sofrem com queimação.
Pra cima e pra frente e pra cima de novo
Além do tema biológico, destaca-se a alternância entre modos de gameplay horizontal e vertical. A mecânica e os poderes são idênticos nos dois modos, mas do ponto de vista da apresentação, a mudança é interessante.
As fases verticais introduzem um desafio que se tornou símbolo dos space shooters: as sequências em altíssima velocidade. Mesmo depois de derrotar a cobra ou sei lá o que dominava o coração da última fase, o jogador ainda enfrenta um túnel vertiginoso que o leva até o final feliz.
Outros jogos do gênero como Abadox e até Battletoads foram influenciados por essas cenas de fuga aceleradas.
Dificuldade equilibrada e igualmente dividida
Também de forma orgânica, Life Force representa uma passagem do estilo hardcore de Gradius para uma experiência consideravelmente menos impiedosa.
As mortes em Gradius mandavam o jogador de volta para checkpoints severos, forçando a repetir praticamente metade da fase até chegar de novo onde a nave fora atingida. Já Life Force ressuscita Vic Viper ali no mesmo lugar, sem pausa, sem crise.
A opção de jogar com outra pessoa também é bem-vinda, e claro, o poderio em dobro ajuda a suavizar a dificuldade.
E se isso tudo não for suficiente pra garantir a diversão, é possível digitar o famoso Konami Code (cima, cima, baixo, baixo…) na tela título e iniciar o jogo com 30 vidas.
Aprovado pela história, mas não necessariamente pela trama
Com jogabilidade contagiante, opção co-op e desafio relativamente acessível, Life Force cativou ainda mais apaixonados pelos shmups, em especial aqueles que se sentiam renegados por jogos mais exigentes.
A ‘trama’ do organismo infectado não foi das mais plausíveis, considerando os cenários que em nada lembram partes do corpo, mas confesso que ainda tenho uma mini esperança de ver a explicação da dor de estômago sendo oficializada pela Konami.
Coitado do alien, não ajudava tomar um sal de frutas que fosse?
Para outras aventuras espaciais, confira nossa retrospectiva da série Dead Space! Ou um olhar nostálgico sobre mais um jogão das antigas: The Simpsons (Arcade).
Até mais!