Bem-vindos à série Versus! Em nossa primeira disputa, vamos examinar as diferenças entre duas obras-primas do gênero plataforma: Super Mario Bros. 3 (NES) e seu sucessor, Super Mario World (SNES).
A ideia aqui é simples: comparar dois jogos, duas franquias, duas coisas quaisquer relacionadas ao mundo dos games – geralmente com alguma conexão entre si.
Serão brevemente analisadas as seguintes categorias:
- Mecânica: as principais interações entre jogador e jogo
- Estrutura: como os objetivos e as fases são distribuídos
- Variedade de conteúdo
- Desafio
- Audiovisual: arte, música, detalhes de apresentação
- Conclusão
Ao final de cada categoria será declarado um vencedor, e claro, na conclusão final teremos um campeão de fato. Bem… de fato é força de expressão.
Assim como a nossa série Top 9, o propósito em Versus é fazer uma comparação divertida, apesar de sempre tentarmos baseá-la em aspectos concretos. Eu mesmo já mudei de opinião sobre Super Mario Bros. 3 e World vez ou outra. Será que teremos uma sequência desse confronto algum dia? Bem, vamos ver como eles se saem por enquanto!
1. Mecânica
Os fãs mais parciais a Super Mario Bros. 3 costumam argumentar que a mecânica de Super Mario World é muito permissiva. Não é mentira: a física do jogo é leniente, e os itens são poderosos demais.
A capa, especialmente, interage com quase todos os elementos na tela com prioridade total ao jogador, e pode ser usada para voar por cima de várias fases sem um grande conhecimento da mecânica.
Ainda assim, eu prefiro o controle impecável, o movimento suave e todas as novidades no gameplay de World, como chutar itens para cima, Yoshi, a capa, é claro, e o pulo giratório.
Não acho coincidência o fato de a maioria dos hacks da série ter Super Mario World como base: a mecânica do jogo é fácil de pegar o jeito, mas difícil e gratificante para quem quer dominá-la com técnicas mais avançadas.
Vencedor: Super Mario World
2. Estrutura
Super Mario Bros. 3 introduziu à série a estrutura de mapas, com fases distribuídas por um tabuleiro temático para cada mundo. Os mapas são quase um jogo por si só, com mini-games, obstáculos e itens exclusivos.
Mario 3 também continua com o sistema de warps, já conhecido dos games anteriores, agora no formato de flautas escondidas em certas fases. Um simples toque de flauta (reconhecem o tema?) o leva para um dos mundos futuros de sua escolha.
Na minha opinião, Super Mario World aprimorou todos os conceitos mencionados no parágrafo anterior, e ainda fez mais.
O mapa em Super Mario World é do game inteiro, e está sempre disponível para o jogador. As fases podem ser revisitadas, e há múltiplas rotas possíveis para atravessar os reinos, incluindo um ‘warp orgânico’ que o leva a fases avançadas sem a necessidade de ignorar completamente as anteriores.
World também apresentou o sistema de save, que permite gravar o progresso na bateria do cartucho ao invés de prender o jogador em uma só sessão do início ao fim.
Finalmente, Super Mario World trouxe uma das novidades mais inovadoras do gênero: as famosas 96 saídas. Várias fases em World possuem mais de um ponto final, alguns bem escondidos, e grande parte do valor de rejogabilidade do game está nessa busca pelo 100%.
A estrutura de World foi o que determinou sua colocação em nosso Top 9 Jogos de Super Mario.
Vencedor: Super Mario World
3. Variedade
Ponto fácil para Super Mario Bros. 3. Mais tipos de itens, das três roupas especiais à bota de Kuribo. Mais interatividade nos mapas, com card games, Hammer Bros., caixinhas de música, casas Toad e o inventário.
Maior diversidade nos temas dos mundos (reino gigante!) e no design das fases também.
Super Mario World é excelente em sua proposta, mas Mario 3 simplesmente oferece mais.
Vencedor: Super Mario Bros. 3
4. Desafio
Não que Super Mario Bros. 3 seja um Battletoads da vida, mas a apatia no desafio de Super Mario World é notável.
A física do game, a poderosa capa e Yoshi são recursos bastante favoráveis ao jogador, e as fases raramente representam grandes ameaças.
O mundo Special é um obstáculo um pouco maior, bem como a busca pelas 96 saídas, mas tendo a capa e Yoshi à disposição para literalmente passar por cima das fases, chegar ao topo da montanha em Super Mario World é uma conquista com bem menos pedras pelo caminho.
Super Mario Bros. 3 constrói o desafio com mais fluidez e naturalidade, em uma crescente, a cada novo mundo descoberto.
Assim como não acho coincidência o fato de a maioria dos hacks de Mario usar World como base, esses hacks também são muitas vezes feitos para quem gostaria que o game tivesse um nível de dificuldade maior.
Uma dica de desafio para Super Mario World: tente zerar o jogo só com o Mario baixinho, sem a ajuda de Yoshi! É bem divertido, e a gente acaba conhecendo melhor várias fases que normalmente ‘pularíamos’ com acesso ao arsenal completo.
Vencedor: Super Mario Bros. 3
5. Audiovisual
Eu sempre preferi o estilo visual alegre e colorido de Super Mario World à arte mais tradicional de Mario 3.
O embate pode não ser 100% justo nesta categoria, considerando o abismo técnico entre uma geração e outra, mas mesmo comparando World ao remake 16-bit da trilogia original, Super Mario All-Stars, eu vejo uma diferença de personalidade perceptível: as poses de Mario (e Luigi, quase esqueci!), as animações e expressões dos inimigos, os cenários, as ceninhas pós-castelo.
Já no setor musical, na minha visão (audição?), Super Mario Bros. 3 leva uma bela vantagem. A trilha de World é boa, mas convenhamos, há uma certa preguiça criativa nessa insistência de remixar o tema principal para cada arquétipo de fase.
Vencedor: empate!
6. Conclusão
2,5 x 2,5. Vamos pra prorrogação? Sem pênaltis, pelo bem da nossa saúde…
Bom, um empate assim é até meio que esperado pela qualidade espetacular dos games. São dois dos mais respeitados jogos de todos os tempos, afinal de contas.
O desempate vai ser uma coisa quase simbólica, mais pela minha experiência pessoal.
Nos últimos tempos, eu tenho jogado Super Mario World com mais frequência que Mario 3. Em parte pela mecânica, que considero mais envolvente, e pela estrutura, que permite diversos estilos únicos de jogo: 96 saídas, warps (com um ritmo melhor que a mesma categoria em Mario 3, repleta de auto-scrollers cansativos), Mario baixinho, rotas alternativas, mundo Special o quanto antes, Dragon Coins, entre outros.
Vencedor: Super Mario World
E aí, gostaram desse formato? Fique ligado para mais confrontos, e mande suas sugestões de batalhas também!