Ah, bons tempos! Nossa seção Nostalgia chega com o objetivo de recordar alguns dos momentos e games mais marcantes das primeiras gerações. Na estreia, vamos relembrar a versão Arcade dos Simpsons, um clássico dos fliperamas.
Pedindo licença
The Simpsons é um beat-‘em-up, gênero que era praticamente garantia de sucesso no começo dos anos 90. A Konami é uma das empresas que mais apostaram nesse design, criando jogos clássicos de super-heróis e outras propriedades famosas, como X-Men, Tartarugas Ninja, Batman e este Simpsons.
Transição perfeita
O estilo visual e o humor característico dos Simpsons foram perfeitamente traduzidos para o game, coisa que nem mesmo jogos mais recentes com a licença da franquia – e toda a tecnologia moderna à disposição – têm alcançado.
Maggie usando um diamante como chupeta, as expressões exageradas dos personagens, a paleta colorida servindo como ‘isca’ para tantos eventos hilários que conquistaram crianças e adultos; essa é a essência dos Simpsons, capturada com maestria pelos desenvolvedores.
Mais impressionante ainda é que a equipe de designers realizou esse feito tendo apenas a primeira temporada da série como referência, no máximo parte da segunda. Acertar o tom assim na mosca não é tarefa fácil, muito menos com um material ainda tão limitado.
As fases retratam cenários conhecidos do cartoon, como as ruas de Springfield e a usina elétrica, mas também encontram espaço para inovar.
Um dos estágios se passa inteiramente em um pesadelo dos protagonistas, enquanto o estúdio de tevê abriga os mais malucos sets de filmagem. Os ambientes são detalhados, com objetos interativos e pequenas histórias sendo contadas, como o urso que escapa do parque de diversões e aparece como chefe na floresta.
Na fase do sonho, o nome de Maggie literalmente cai do céu e podemos pegar cada uma das letras e jogá-las nos inimigos.
Mecânica acessível, talvez um pouco demais
Nem tudo são rosas, ou amarelos, infelizmente.
The Simpsons Arcade sofre com a mesma fragilidade de grande parte das produções da Konami no gênero: o combate é bem basicão, não oferecendo tanto em termos de aprendizado ou domínio.
São dois comandos, pulo e soco, e um ataque especial, e os quatro personagens possuem as mesmíssimas habilidades. Se as fases do jogo são repletas de objetos e detalhes, o mesmo não pode ser dito sobre os inimigos, que quase não permitem interações.
O computador às vezes também precisa ‘deixar’ a gente acertá-lo, meio que aleatoriamente, sem uma estratégia aparente para estudar. Comparado com jogos lançados na mesma época ou até antes, tipo Final Fight e Streets of Rage, o game acaba deixando um pouco a desejar nesse aspecto.
Por outro lado, o sistema de gameplay aqui é bastante acessível e não exige horas de aprendizado, o que certamente facilita na hora de sugar nossas moedinhas.
Único até hoje
Mesmo com essas falhas, The Simpsons é um dos exemplos mais bem sucedidos de uso de licença por trazer a série para o mundo dos games com fidelidade ímpar e, é claro, muita diversão em formato de porrada.
É uma pena, olhando para trás agora, que mesmo com mais de 30 anos de episódios da série e histórias potenciais, os games não chegaram ao nível de cuidado com a franquia como a Konami fez lá em 1991.
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