Pesquisa aponta que paulistanos estão passando mais tempo no transporte público

Tempo no transporte público aumentou, enquanto o dos motoristas de carro diminuiu.

A mobilidade urbana em São Paulo enfrenta desafios crescentes, com impactos significativos no dia a dia dos paulistanos. Uma recente pesquisa da Rede Nossa São Paulo revela tendências preocupantes, especialmente para usuários do transporte público.

Veja nos tópicos abaixo alguns dos principais dados sobre a pesquisa e outras informações sobre o transporte na cidade.

O aumento do deslocamento no transporte público

Os paulistanos gastam, em média, 2 horas e 25 minutos em deslocamentos diários. Contudo, essa média esconde uma disparidade significativa:

  • Usuários de transporte público: 2 horas e 47 minutos;
  • Motoristas de carro: 2 horas e 28 minutos;
  • População geral: 2 horas e 25 minutos.

Esta diferença ressalta um problema crescente: enquanto motoristas de carros experimentaram uma redução no tempo de deslocamento, usuários do transporte coletivo enfrentam um aumento.

Tendências preocupantes no transporte público

O tempo gasto no transporte público vem aumentando consistentemente desde 2021. Comparado a 2019, último ano antes da pandemia, os passageiros gastam hoje 20 minutos a mais em seus trajetos diários.

Além disso, o tempo de espera por ônibus também cresceu:

  • Média geral: 24 minutos (3 minutos a mais que em 2023);
  • Zona Leste: 27 minutos em média.

Estes dados contrariam as recomendações de especialistas e entidades, que defendem maior investimento no transporte público para reduzir congestionamentos, poluição e desigualdade de acesso à mobilidade.

Impactos e consequências

O engenheiro Sergio Ejzenberg alerta para um ciclo vicioso: a má qualidade do serviço leva à redução da demanda, que por sua vez resulta em menos ônibus disponíveis, piorando ainda mais o serviço.

“Temos uma demanda de 20 e poucos milhões de viagens por dia, e uma parte significativa desse contingente que deveria usar transporte sobre trilhos e corredores de ônibus migra para o carro, provoca o uso exacerbado de motocicleta, tudo de ruim. É desumano esperar o que se espera pelo ônibus em São Paulo, e isso gera um ciclo vicioso de destruição do modal: cai a demanda [por má qualidade], e então se reduz o número de ônibus, até o momento em que praticamente não tem mais.”

A pesquisa também revela que a zona sul de São Paulo foi a região mais afetada, com um aumento de 22 minutos no tempo médio de deslocamento. Coincidentemente, esta área registrou a maior queda no uso do transporte público.

As dificuldades da mobilidade em São Paulo

A questão da mobilidade em São Paulo tem raízes profundas. Desde o rápido crescimento da cidade no século XX, o desafio de movimentar milhões de pessoas diariamente tem sido constante.

Nos anos 1960 e 1970, houve um grande investimento em infraestrutura viária, privilegiando o transporte individual. O metrô, inaugurado em 1974, trouxe algum alívio, mas o crescimento dele não acompanhou o ritmo da expansão urbana.

Nas últimas décadas, iniciativas como corredores de ônibus e ciclovias tentaram diversificar as opções de mobilidade. No entanto, como os dados atuais mostram, a cidade ainda luta para encontrar um equilíbrio entre eficiência, sustentabilidade e equidade no transporte urbano.

A história da mobilidade em São Paulo reflete os desafios de uma metrópole em constante crescimento, onde as soluções de transporte precisam evoluir continuamente para atender às necessidades de uma população diversa e em expansão.

E aí, o que achou dos dados da pesquisa? Notou que tem ficado mais tempo no transporte publico? Conta aí nos comentários!

Tales Almeida
Mineiro que vive no estado de SP. Empreendedor e especialista em redação para a internet. Utiliza o tempo livre para conhecer e aprender novas técnicas de comunicação. Tales trabalha desde a adolescência, sempre procurando evoluir, e acabou encontrando na web um caminho para tal. No site Mídia Paulistana, ele faz pesquisas constantes sobre diversos assuntos relacionados a São Paulo e outras regiões brasileiras.

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