A série O Mecanismo, que chegou no catálogo da Netflix em março de 2018, vem gerando polêmica desde seu lançamento, e isso fez com que ganhasse grande repercussão, tanto positiva quanto negativa.
Ela é uma obra fictícia baseada na Operação Lava Jato, se inspirando em acontecimentos reais, com mudanças e adaptações a fim de se encaixar ao roteiro e ao ‘curto’ tempo de tela que tem; e desenvolvendo os personagens buscando a conclusão dos casos de corrupção.
Além das polêmicas, O Mecanismo também está recheada de curiosidades nesses 8 episódios de sua 1ª temporada; confira algumas!
13 curiosidades de O Mecanismo, a série da Netflix sobre a Operação Lava Jato
Mais uma série de José Padilha com a Netflix
A série O Mecanismo, da Netflix, foi criada e dirigida por José Padilha, um dos cineastas mais famosos do Brasil na atualidade.
Ele é o responsável por sucessos premiados, Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010); e também pela série Netflix que retrata a vida do narcotraficante Pablo Escobar e de outros grandes narcotraficantes da Colômbia, Narcos (2015 – atualmente); entre outros sucessos, e alguns não tão sucessos assim, como é o caso de Robocop (2014).
O diretor vem trabalhando em O Mecanismo desde 2016. Seu lançamento estava previsto para acontecer em 2017, mas foi adiado e só aconteceu em 2018.
Mas não só dele
Embora quando se fale de O Mecanismo o nome mais popular seja o de José Padilha – tanto nas críticas quanto nos elogios -, ele não é o único à frente do projeto, ainda que seja o “cabeça” por trás da criação, a produção da Netflix contou com a ajuda de inúmeros outros profissionais.
Além dele, o time de produção foi formado por Elena Soárez, que foi cocriadora e roteirista, ao lado de Sofia Maldonado, e teve episódios dirigidos por Felipe Prado, Marcos Prado e Daniel Rezende – e pelo próprio Padilha, é claro.
O Mecanismo é baseado em um livro sobre a Operação Lava Jato
A série O Mecanismo tem como principal base para seu roteiro o livro “Lava Jato – O Juiz Sergio Moro e os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil”, escrito pelo jornalista investigativo Vladimir Netto e lançado em 21 de junho de 2016, se tornando em agosto do mesmo ano o livro mais vendido na categoria não ficção do mês e ficando em terceiro no geral, com mais de 80 mil exemplares comercializados no ano.
O cineasta José Padilha comprou os direitos autorais do livro pouco tempo após seu lançamento, que veio a se tornar uma série da Netflix só em 2018.
A série retrata o começo da Operação Lava Jato, que teve início em março de 2014 e foi nomeada assim pela delegada da Polícia Federal Erika Mialik Marena, devido as quadrilhas usarem postos de gasolina e lavanderias a fim de movimentar o dinheiro ilegal.
A produção, filmagens e disponibilidade
A produção de O Mecanismo começou em maio de 2017, e as filmagens da série aconteceram em algumas cidades do Brasil: Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Cada um dos locais foi utilizado para destacar diferentes acontecimentos na trama.
O Mecanismo está disponível em 190 países e foi dublada em 20 idiomas. No total, estipula-se que a Netflix gastou cerca de 15 milhões de dólares para a criação da série.
Se inicia falando do escândalo do Banestado
O primeiro episódio de O Mecanismo se passa no ano de 2003 e, embora aborde pouco do assunto, a série começa retratando acontecimentos sobre o escândalo do Banestado, um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, entre outros casos, que aconteceu em meados da década de 90 e início dos anos 2000; que foi para o STF em 2003, mas segue sem real resolução até hoje.
A investigações apontaram que o esquema enviou remessas ilegais ao exterior, de aproximadamente US$150 bilhões (quase meio trilhão de reais na cotação atual do dólar).
Foi após o escândalo do Banestado que Alberto Youssef (Roberto Ibrahim na série da Netflix) e outros doleiros, empresários e políticos corruptos ficaram conhecidos em todo o Brasil. E é daí o ponto de partida da série.
Os personagens são ‘reais’
Embora seja uma obra ficcional, os personagem de O Mecanismo são livremente inspirados em alguns dos principais integrantes da Operação Lava Jato, que vão desde juízes, policiais federais, políticos, empreiteiros, empresários a doleiros, e outras ‘personalidades’.
As principais inspirações estão no: ex-delegado da Polícia Federal Gerson Machado (Marco Ruffo em O Mecanismo); a delegada da Polícia Federal Erika Mialik Marena (Verena Cardoni em O Mescanismo); e o Juiz Sérgio Moro (Juiz Paulo Rigo em O Mecanismo).
E as empresas e entidades também
Além da inspiração dos personagens, que são baseados em pessoas do mundo real, O Mecanismo também levou algumas empresas ao mundo fictício, empresas essas que tem grande ligação com esquemas de corrupção; Temos ainda empresas, entidades e partidos; confira:
Empresas de O Mecanismo | Empresas do mundo real |
---|---|
PetroBrasil | Petrobras |
Empreiteira OSA | Grupo OAS |
Empreiteira Miller&Bretch | Grupo Odebrecht |
TR Distribuidora | BR Distribuidora |
Bueno Engenharia | Galvão Engenharia |
Banco Brasileiro | Bando do Brasil |
Banco do Estado | Banestado |
Revista Leia | Revista Veja |
Posto da Antena | Posto da Torre |
Mas não apenas empresas, entidades também estão presentes na série:
Entidades de O Mecanismo | Entidades do mundo real |
---|---|
Polícia Federativa | Polícia Federal |
Interpolice | Interpol |
Procuradoria Geral Republicana | PGR (Procuradoria Geral da República) |
Partido e presídio:
PO (Partido Operário) | PT (Partido dos Trabalhadores) |
Presídio Estadual de Jaraguara | Complexo Penitenciário de Piraquara II |
Janete ou Dilma?
Além da clara referência a ex-presidente Dilma Rousseff, quando a personagem que a representa usa o discurso de “tecnologia para estocar vento”, existe também outra grande alusão a ela, o nome Janete.
Em uma entrevista à Folha de S. Paulo em novembro de 2016, Dilma disse: “Às vezes eu finjo ser outra pessoa. Às vezes eu sou a Janete”, afirmando que usa outros nomes a fim de enganar o telemarketing.
Não foi Lula (José Higino na série da Netflix) que estancou a sangria
A frase mais “polêmia” de O Mecanismo: “estancar a sangria”, não foi proferida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (José Higino na série), mas sim por Romero Jucá, senador de Roraima pelo PMDB.
Jucá teria sugerido um ‘pacto’ a fim de barrar a Lava Jato em 2016, um ‘acordão’ para salvar todos os políticos corruptos.
Sérgio Moro realmente ia trabalhar de bicicleta
Na série algumas cenas inusitadas são protagonizadas pelo Juiz Paulo Rigo, que é inspirado no Juiz Sérgio Moro, principalmente as que o personagem vai trabalhar de bicicleta.
Isso não aconteceu apenas no mundo fictício, pois Sérgio Moro realmente ia trabalhar de bicicleta, frequentava restaurantes e shoppings de Curitiba e corria sozinho pelas ruas da cidade.
Porém, após o depoimento de Lula, o juiz começou a receber ameaças de morte, e foi obrigado a mudar seus hábitos e aposentar a bicicleta, assim como andar sob proteção policial 24 horas por dia.
Os fractais
A filha de Ruffo observa fractais através de seu Tablet durante todo o decorrer de O Mecanismo. Fractal é uma forma que mantém suas características físicas quando repartida em partes menores, embora cada parte possa ter valores diferentes.
O próprio Ruffo explica isso em O Mecanismo, ao comparar o meio em que vivemos à figura geométrica.
A corrupção não está apenas no meio político, até mesmo o ‘Seu Zé’ da borracharia, ou da padaria, pode fazer parte desse ‘mecanismo’, que necessita de ideais corruptos para continuar.
Boicote à Netflix Brasil
Desde que foi lançada, a série O Mecanismo vem gerando polêmica, e isso fez com que a Netflix sofresse o seu primeiro ‘boicote’ no Brasil até o momento, onde vários usuários relataram cancelar suas contas acusando a plataforma de streaming de criar uma série maniqueísta (que divide as coisas simplesmente entre o bem e o mal) e “fake news”, principalmente da parte de pessoas partidárias ao poder político mais retratado no enredo.
Em contraponto, ao mesmo tempo em que a Netflix e a série sofreram um boicote, também houve uma propaganda massiva nas redes sociais de usuários da plataforma, que indicaram que as pessoas a assistissem, fazendo que O Mecanismo entrasse na “boca do povo”.
Ótimas avaliações em agregadores de críticas
Apesar de várias críticas negativas, O Mecanismo detém ótimas avaliações nos maiores agregadores de crítica do mundo, o que prova que vem agradando a boa parte do público.
No IMDb, que é a maior base de dados online de informação sobre filmes, músicas e séries, o lançamento da Netflix está com uma média de 9.2 de 10; já no agregador de críticas Rotten Tomatoes, está com uma média de 80% de aprovação com base nas avaliações de críticos e 77% de aprovação do público.
Segunda temporada de O Mecanismo
A primeira temporada da série contou com apenas 8 episódios, e sua história terminou em aberto; ou seja, uma segunda temporada deve chegar no catálogo da Netflix em breve, principalmente depois de toda repercussão que a primeira temporada teve.
A segunda temporada de O Mecanismo provavelmente focará na investigação e prisão do personagem Ricardo Bretch (Emílio Orciollo Netto), que deve ser o grande “vilão” na continuação. Ele é inspirado no Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo Odebrecht, que foi preso em 2015 após investigações da Lava Jato e solto no final de 2017 levado a cumprir sua pena em prisão domiciliar.
Acrescentaria alguma curiosidade sobre O Mecanismo à lista?